sábado, 27 de outubro de 2018

desventurado
















uau, parece uma capa apelativa não é?  uh uh uh toca a esfregar as mãos de contentes...finalmente apareceu alguém com tomates em Portugal. mas como democrata é democrata, ou seja, aldrabão, vamos ver o que realmente disse o Ventura, num excerto longo de uma entrevista dada na mesma altura:

«A polémica proposta para proibir o casamento homossexual
Outra das propostas do Chega é a proibição do casamento homossexual. Esta foi, possivelmente, a que causou mais contestação nas redes sociais.
Ainda bem que me fez essa pergunta, porque ainda não tive oportunidade de esclarecer isso. Sou obviamente contra qualquer restrição de direitos dos homossexuais. O que queria dizer é que acho que a designação jurídica não deveria ser a mesma. Acho que deve haver um casamento com uma base canónica, religiosa, de tradição (ainda que seja civil tem uma base jurídica de construção canónica), e deve existir uma outra coisa que é a união civil entre pessoas do mesmo sexo.

Acho que têm esse direito: de se unir, em termos fiscais e jurídicos acho que devem ter exatamente os mesmos direitos. Quando me refiro à proibição do casamento, é à instituição casamento. Acho que os homossexuais devem poder unir-se, devem ter os mesmos direitos — no acesso ao crédito e à habitação, de regulação parental e de acesso a responsabilidades parentais, por exemplo. Fui um pouco mal interpretado.

Mas então o que é que deve ser diferente?
Primeiro, é preciso garantir que a instituição casamento mantém a sua base, ou seja, que o casamento é uma coisa entre homem e mulher. Na minha opinião, eventualmente influenciado pela dimensão religiosa que tenho e pela formação que tive. Acho que juridicamente, como acontece noutros países, o que deve existir é uma união civil para pessoas do mesmo sexo e não um casamento tal como nós o conhecemos.

Poder-me-á perguntar: mas juridicamente o que é que muda? Na minha opinião, não deve mudar muito, ou seja, deve haver uma tendencial igualdade. Mas às vezes a instituição é tudo, e o facto de uma instituição se chamar uma coisa e não outra, muda completamente. É como ser um movimento ou um partido, é muito diferente: uma coisa é um partido que quer concorrer a eleições, outra é um movimento que quer divulgar uma mensagem política.

Mas porquê fazer a diferença entre casamento e união civil?
Porque são coisas diferentes. Mas aí reconheço que é uma base essencialmente jurídica e teórica. Se me perguntar: “Acha que os homossexuais têm direito a ter responsabilidades parentais?”, eu acho que sim. Estou a dizê-lo pela primeira vez, mas acho que sim. Devem ter os mesmos direitos fiscais do que as pessoas casadas. Uma coisa que não fazia sentido: num hospital, se fossem pessoas do mesmo sexo, não tinham direitos de visita porque não eram casados. Isso não faz qualquer sentido. Portanto, o que quis dizer é que juridicamente as coisas deveriam ser distintas — e acabou por ser mal-interpretado como eu achar que não deviam ter direitos nenhuns e que nem sequer se deviam juntar.

Mas continuo sem perceber. Se acha que os homossexuais têm direito a ter responsabilidades parentais, que é possivelmente um tópico mais sensível, porquê fazer diferenciações no casamento?
Acho que em termos de direitos de adopção, as uniões civis de pessoas do mesmo sexo podem ter responsabilidades parentais. Acho que o regime de adopção por pessoas do mesmo sexo, neste momento, está por demonstrar que seja, em termos de consequências e em termos de integração social, algo consensual; e algo completamente neutro. Qual é o meu ponto aqui: não é ser contra por valor, é achar que não está suficientemente demonstrado que uma criança que seja adoptada por um casal homossexual não terá repercussões no seu comportamento, na sua forma de estar e em termos de integração social em relação aos outros.

Não estou a dizer que tem, nem que não tem. Estou a dizer que acho que faltam estudos de natureza sociológica, psicológica, de vários níveis, para provar isso. O que não fazia sentido era dizer: são os dois casados, os dois beneficiam de um regime de casamento, mas uns têm mais direitos do que os outros. Isso é que não fazia sentido. Se houver uma diferenciação jurídica, pode haver distinções em algumas coisas. E a adopção pode ser uma delas — caso se demonstre que isto tem efeitos negativos.»


e para não virem dizer que só ataco o rapaz por ele ser benfiquista, misturando assim temas diferentes, eu ponho aqui imagens de uma escumalha que pode ser acusada de muita coisa, mas não de serem benfiquistas, e curiosamente até comentam na mesma estação do Ventura:













(atenção ao pano de fundo na última imagem)

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